quarta-feira, 18 de setembro de 2013 @ 15:40
Essa inquietância incomoda, sufoca,
reprime, e você só a acata, não desafia, aceita. Como se fosse costumeiro o
vazio, como se usual, mas ao menos se pode falar de solidão, e destas amargas
memórias misturadas de agridoces sentimentos que se perderam dentro de ti.
“A luz apaga porque já
raiou o dia, e a fantasia vai voltar pro barracão” sai o som bem baixinho,
quase um sussurro, reprimindo o sentimento e o anunciando. Como se fossem confetes
do carnaval que já acabou e não brinquei, mas ainda resta a calmaria, e seja lá
o que for, remete ao mormaço de domingo, às horas desperdiçadas, ao tédio que
sentia incessante aos 12 anos e aos amores vãos...
Sinto que estou
desperdiçando meu tempo em busca algo que não sei se existe. Quero aquele
sentimento de infinidade outra vez, e se possível as borboletas novamente. E
mais alguém que entenda sintaxe para entender as contradições que às vezes eu
digo e que sinta-se a vontade comigo. Um amigo, alguém que eu conheci no
cinema, ou na livraria, não sei, alguém pra jogar conversa fora e que me faça
dançar, dançar até meus pés doerem (e não estou falando de estar apaixonada, eu
só quero sentir que tudo ainda vale a pena) e esquecer tanta coisa que não
deveria me preocupar, mas me preocupo. Alguém que, pelo menos por um dia, me
faça esquecer a saudade, do sentimento de não ser bom o suficiente, e que me dê
inspiração. Para simplesmente sentar e escrever, sem esforços, sem relutância,
que faça fluir a inspiração em mim.
É curioso. Eu penso em
tanta coisa, imagino tantas histórias, tantos começos, e nada. Nada. Aquele
jardim florido que me vem à mente quando penso em criatividade torna-se um
imenso borrão e toda a produtividade existente em mim se esvai. Eu só queria
fluir, como um rio que naturalmente corre por aí até o mar, queria me alegrar
com um começo convincente, com alguma idéia que me faça continuar. Quero
acreditar que esse sentimento passa, e se não passa, que pelo menos sirva de
inspiração para escrever.