segunda-feira, 7 de outubro de 2013 @ 17:21
"Por que será que eu perdi a vontade de tudo, sobretudo de escrever?"
Estava lendo meu antigo tumblr e percebi que até o começo deste ano eu era muito mais criativa, (só não tão questionadora e engajada, mas ainda sim, mais escritora, ao que parece), e isso me deixou um pouco triste. Onde foi parar todo aquele sentimento de destemida dentro de mim? Onde se meteu aquela dorzinha que, embora nunca cicatrizada, me fazia acordar às 3hrs da manhã pra escrever?
Admito, sempre me vi como potencial escritora ou poeta ou artista ou tudo junto, mas tenho vivido tanto em função da escola e do meu futuro que às vezes me esqueço do agora e de como esse momento da minha vida é a criatividade pura, e que eu tenho que produzir. Por isso tenho meus moleskinis, e mesmo que os tenha deixado (também) de lado em razão do infame simulado da escola, ainda sinto toda a revolta e poesia engajada correndo por minhas veias, sabe, meio que inevitável, ainda que algumas pessoas com quem conviva não despertem tal artifício. Meu professor de literatura pode não gostar de como escrevo, nem achar nada demais em minhas palavras ao serem jorradas, eu não ligo. O importante é que estou aqui, agora, escrevendo, e que isso me fascina: o fato de não abandonar a única coisa na qual sou (aparentemente) boa e que gosto de fazer, mesmo que me afastando.
A minha vida está uma bagunça, assim como meu quarto, e meu cabelo, e eu nem sei me organizar direito e estudar e sair de casa e dar uma volta pra pensar por aí, só sei que sinto todas as palavras do mundo fluindo em mim, e agora, com a minha datilógrafa (à la foxfire) posso ter um pouco mais de domínio sobre tais palavras.
Eu não sei se me dissipei por aí devido às companhias que às vezes não somam nada, ou se foi a cicatriz que nunca vai sumir, ou quem sabe esse sentimento tão "eu-tenho-quinze-anos-e-minha-cabeça-parece-uma-guerra" que acaba comigo, ou até a solidão e a linha tênue entre estar só por opção ou por não me sentir pertencente a lugar algum. A única coisa que eu sei agora, é que escrevo sem um peso no coração, estou me libertando, voltando à mim, e a solução, eu sei, sempre soube, só preciso redescobri-la todas as vezes que esse pesar me invade: eu preciso escrever para me sentir, para ser, para estar livre, para voltar ao sentimento de ser destemida, e à criatividade que tanto me encanta, e que quero que me invada novamente, todos os dias.